quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Odisseia do Amor


Tecendo fios à espera do que se espera, talvez um dia chegar.
Assim quedou Penélope num verão que passou.
Decidiu procurar a lua, encontrou a chuva, fina e fria,
Esta que refresca o dia de mente quente, em que o coração palpita ao lembrar.

Pois que Ulisses foi pro mar, viajou por ilhas diversas.
Conheceu o medo e a solidão.
Enfrentou fantasmas e dragões.
Caçou passados e voltou pra junto de Penélope tecer os fios do presente.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Lembranças


Lembro-me dos teus olhos
Penetrando nos meus
Lembro-me dos teus lábios
Roubando um beijo meu
Lembro-me do teu corpo
Aproximando do meu

E essas lembranças
Essas maldosas lembranças
Fazem-me esquecer
Daquilo que é proibido

Fazem-me esquecer
dos teus compromissos
distantes dos meus

Esqueço-me então
que não és permitido
às minhas lembranças

Esqueço-me dos outros
Esqueço-me de mim
E lembro apenas de ti

junto a mim.


*dos idos de 2009 em ventos não mais presentes.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

E as suas perguntas, quais são?


Ganhei um belo presente ano passado que me acompanha desde então.
Perguntas de Neruda que me respondem com imagens das mais diversas.
Hoje resolvi escrever também as minhas perguntas, pro Livro das Perguntas, de Pablo Neruda.

Ansiedade mata?
Faz a esperança tornar-se verde?
O sol esquenta a alma da lua?
o orvalho esfria a esperança?
Eis o beijo o resultado de tudo?
O olho não sente saudade do outro olho?
A mente inqueita aquieta o barulho?
Qual o som do silêncio?
Quanto barulho um silêncio pode produzir?
Quanto silêncio o barulho pode produzir?
Quem trabalha pelo sol nos dias que ele sente preguiça?
Em dias de lua nova, sol e lua vão passear?
Qual o cheiro da esperança?


E as suas perguntas, quais são?

sábado, 16 de março de 2013

Aos porto alegrenses e ao guaíba,
Aos gregos, turistas de Santorini e sua bela praia de Oia,
Aos demais deste nosso mundão.

Peço-vos perdão...
Mas pôr-do-sol mais belo que este de minha Brasília jamais vi.
Não há como não apaixonar-se.

Desta forma sigo.

domingo, 13 de janeiro de 2013

De ventos outros...

Uma poesia "roubada" de um grande amigo e sempre inspiração.
Do, infelizmente, abandonado Hai-Kai com Sapos:



"Sonhe em meus olhos
Um sonho quase perfeito -
Veja revoar os pássaros
Em ardente migração
Rumo a um sol poente.

Persiga o amanhecer
Persiga o sol pálido
Que se atira sobre a relva
Úmida de manhã,
Úmida de desejo,
Úmida e Pura,
Persiga...

Sonhe o vento - 
O vento brisa
E o vento desvario,
Vento tempestade:
Verdade
Que sopra no tempo.

Sonhe em meus olhos
Um sonho doce e pavoroso
Um sonho como nenhum sonho,
Tão límpido e infinito.

Sonhe em meus olhos,
E aprenda e se abra
E receba como um broto
E enfim adormeça - 
Para então despertar
Como silêncio e surpresa
Num reino do amanhã,
E viver mais duradouro
Um outro tipo de sonho..."